segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Coluna do Tostão

Colaboração do nosso ex-colaborador que jamais colaborou e foi banido do blog, José Thiago

TOSTÃO

Tempo de mudanças

Os treinadores deveriam falar menos vezes e dizer mais, com mais clareza e com explicações técnicas e táticas

INÍCIO DE ano é tempo de sonhar, planejar e de começar a luta por nossos objetivos. Difícil é conquistá-los. Muitas coisas independem de nossa vontade e esforço.
Outras, por preguiça ou por acharmos que não vale tanto, ficam no meio do caminho.
Como Ronaldo, pretendo emagrecer uns cinco quilos. Será difícil, para nós dois. Quero ir aos estádios ver jogos importantes e selecionar mais as partidas e os programas de esporte que vejo na televisão.

Estou viciado em futebol. Isso é perigoso. Aliena.

Pretendo melhorar meus textos e cometer menos erros de português. Nesta semana, aprendi que autoajuda não tem mais hífen nem separação, de acordo com a nova regra ortográfica.
Muitas coisas precisam evoluir no futebol, dentro e fora de campo. Uma delas é a entrevista dos treinadores. Adilson Batista disse que só fala uma vez por semana, além das entrevistas depois das partidas. Está mais do que certo, desde que ele e outros treinadores falem, expliquem e não enrolem. A frase que nunca falta nas entrevistas do técnico do Cruzeiro é "vamos aguardar".
Os treinadores adoram certas palavras, como atitude, equilíbrio, motivação, segunda bola, encurtar, pegar. Celso Roth gosta muito de "mecânica de jogo". Tite, de "oportunizar". Gostava mais do "lazaronês" do que agora do "titês".

Os técnicos, principalmente depois das vitórias, sentem-se grandiosos. Aproveitam-se da pergunta para valorizar suas atuações. Há ainda os repórteres que levantam a bola para o técnico cortar. Luxemburgo e Leão se sentem vitoriosos, mesmo nas derrotas.
Cuca é exceção. Está sempre cabisbaixo, até nas vitórias. "Oh, vida, oh, céus, oh, azar. Isso não vai dar certo." (Desenho Lippy e Hardy.)

Admiro pessoas menos eufóricas, reflexivas e até com pequena depressão, pois são as que enxergam melhor a realidade. Mas isso não combina com um técnico, com um comandante.
Nas entrevistas, Leão mistura sujeito, verbo e predicado. Ninguém entende. Nem o professor Pasquale. Alguns repórteres morrem de medo do Leão. Além disso, o treinador quer sempre transmitir um grande ensinamento. Fica ainda pior.

Renê Simões gosta também de um lugar-comum, de uma fábula e de ser um grande professor.
Mas Renê é diferente. Ele é mais arejado, culto e tem mais conhecimento sobre a vida e as pessoas. Só não pode exagerar nas frases de autoajuda (sem hífen). Cansa.

Outros técnicos, como Ney Franco e Dorival Júnior, têm sempre uma resposta técnica e politicamente correta. Nunca se exaltam. São sensatos e educados. São tão sensatos que suas entrevistas ficam frias, sem graça. Mano Menezes e Nelsinho Baptista são também prudentes e racionais, mas dão entrevistas mais contundentes.

Ney Franco e Dorival Júnior deveriam incorporar um pouco, não muito, o mau humor de Muricy.
Dizem que o mau humor do técnico do São Paulo é engraçado e agradável. Nem sempre. Muitas vezes se transforma em grosseria e má educação.

Muito pior que o mau humor de Muricy é o bom humor de Luxemburgo. Ele quer ser irônico e não consegue. Fica sem graça. Só ele ri.

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