Logo mais, às 19h10, o Maraca recebe o primeiro clássico do ano do futebol carioca.
De um lado o Vasco, que começou 2009 rebaixado, desacreditado e completamente reformulado. E que, após quatro rodadas, vem de três vitórias consecutivas, embalado e com certo favoritismo. Do outro, o Fluminense, também com elenco diferente do ano passado, mas considerado pela imprensa, no papel, o mais forte adversário do Flamengo na disputa do título. Dentro de campo, porém, colecionou fiascos até agora, com apenas uma vitória e quatro pontos em quatro jogos.
Confesso que vi pouco do Vasco neste campeonato. Sei que Carlos Alberto, quando está a fim (e ele necessita mostrar serviço, pelo seu condenável passado), é um jogador que pode fazer a diferença. O garoto Alex Teixeira é arisco, habilidoso. O tal Rodrigo Pimpão se mostrou, no mínimo, eficiente, com dois gols até aqui. E o volante Nilton é o "elemento-surpresa" com seus gols de cabeça. Minha análise fica por aí, o colega Marcelo Ramos pode falar mais depois.
Já do tricolor pode-se esperar de tudo num mesmo jogo. Um time de toque de bola rápido e envolvente, que chega com facilidade à defesa adversária. Foi assim nos 30 primeiros minutos contra a Cabofriense, no primeiro tempo diante do Duque de Caxias e durante a maior parte do jogo contra o Mesquita. Ou um bando de preguiçosos sem criatividade, que erram passes bisonhos, chegam atrasado nas jogadas ou ficam olhando os adversários entrarem em sua área, sem capacidade de cobertura - este foi o Fluminense na maioria das vezes até aqui. É um grupo que tem bons jogadores e muito potencial para crescer, ainda mais com a volta do Thiago Neves. Mas que necessita de constância, regularidade, mais preparo físico e talvez um pouco de sorte - aquela que está sobrando ao Flamengo, por exemplo.
Além disso, Renê Simões tem que buscar outras opções em vez de ficar insistindo em alguns erros. Dois exemplos claros: Wellington Monteiro tem vigor físico, corre bastante, mas é volante, não lateral. Não sabe cruzar direito, é pesado e não sabe fazer a cobertura na marcação. Dos cinco gols sofridos até agora, três foram em suas costas. Não é possível que o Mariano, contratado ao Atlético-MG para a posição, não seja melhor solução. Outro caso é o do Roger, sem habilidade nem pontaria. Um peso morto que não sai do time nunca. Temos o Tartá, que pode jogar como quarto homem ou como atacante, ou o Maicon jogando mais aberto.
Alguns reforços não renderam ainda o esperado. O mais notório é o Leandro (só Leandro) que não consegue nem marcar bem, nem apoiar pela esquerda. O Fluminense fica absolutamente capenga pelo setor. Diguinho sabe sair jogando e bate bem de fora da área. Mas no segundo tempo o ritmo dele cai, cansa. Leandro Amaral tem crescido de produção, mas tá com uma pontaria ruinzinha demais.
Para o duelo de hoje, Renê colocou o Neves no lugar de Leandro Bonfim - que até vinha bem no time - e voltou com o "cão de guarda" Fabinho pra fazer dupla com Jailton, reforçando a marcação. Tecnicamente não gosto dos dois volantes. Mas taticamente entendo esta formação para que Neves e o Conca tenham mais liberdade para armar as jogadas. Os dois meias, juntos, podem confundir a marcação ou decidir em jogadas individuais. Mas precisam do apoio efetivo dos laterais. E que a bola não esbarre num ataque inoperante.
Como diria o velho Francisco Horta, hoje é "vencer ou vencer". O empate do Americano ontem diante do Madureira (1 x 1) devolveu ao Fluminense a condição de praticamente depender apenas de si pra chegar às semifinais da Taça Guanabara. Para isso, porém, tem que ganhar os três jogos restantes. Nada menos que isso.
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