o flamengo campeão nacional de 1992 foi o último time rubro-negro a realmente honrar as cores.
não digo isso pelo título, não, embora tenha saudades dele.
digo isso pela alma daquela equipe. digo isso pelo momento histórico que permitiu conciliar um veterano ainda em plena forma, o vovô garoto junior, artilheiro da equipe, com uma geração inteira de guris que prometiam conquistar o planeta, do zagueiro junior baiano ao reserva marcelinho. não por acaso, carlinhos, o violino dos anos 1960, era o treinador mais uma vez.
daquele time, no entanto, destaco para nossa seção "grandes ídolos do desporto nacional" a figura de charles guerreiro.
charles chegou ao flamengo vindo do guarani de campinas, e antes, do payssandu. sem alarde. e o folclore conta que charles marcou apenas dois gols em 246 pelejas pelo clube da gávea. eu te pergunto agora: e daí? o trabalho de charles guerreiro não era fazer gols. nunca foi. seu trabalho era justamente deixar o maestro junior e o cabeção gaúcho fazerem eles os gols. charles guerreiro trazia no próprio nome sua vocação.
charles guerreiro, que honrou seu nome, honrou a camisa do flamengo. há muito a ser aprendido aqui.
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