No dia em que Renato Gaúcho se apresentou (mais uma vez) para ser treinador, o Fluminense completava 107 anos. O aniversário passou batido pela maior parte da mídia. Afinal, como não poderia deixar de ser, o assunto em pauta é a crise que assola (mais uma vez) o "tradicional clube das Laranjeiras", fundado em 21 de julho de 1902 - e afundado nos últimos 20 anos pela incompetência dos dirigentes que o comandam.
É impressionante que, após a dolorosa experiência vivida em 1999, quando atingimos o fundo do poço da terceira divisão (se fosse agora, o buraco seria mais embaixo, na Série D), esta mulambada não tenha aprendido. E ainda ponha em risco (mais uma vez) o clube e sua torcida de ver outra queda no Brasileirão - riscos que já corremos, é bom lembrar, em 2003, 2006 e 2008.
As apostas feitas este ano foram (mais uma vez) equivocadas. Claro que, à incompetência, somaram-se doses de azar. Jogador sendo operado do joelho em início de temporada, outro pegando tuberculose, muitos abaixo do rendiam em outros clubes. O que também podem ser mais provas da falta de capacidade de avaliação dos dirigentes e da comissão técnica. Insistir tanto tempo em treinar naquele esburacado campo das Laranjeiras é exemplo disso.
Parreira se tornou símbolo desta nova era de fracassos. Desde que foi demitido do comando da África do Sul, no início de 2008, ele já tinha deixado quieto este assunto de ser treinador. Mas o Fluminense insistiu em tirá-lo da aposentadoria. Com o ego inflado, resolveu tentar de novo. Mostrou a mesma incapacidade em administrar egos e crise internas como na Seleção Brasileira de 2006. Passou a mão na cabeça de jogadores que entravam em campo somente pelo nome - leia-se, sobretudo, Thiago Neves, uma pálida lembrança do meia-atacante decisivo de 2007/2008.
Sob sua gestão, o Fluminense foi um time triste, sem padrão tático e técnico algum. Nem mesmo a defesa, ponto forte dos tempos áureos de Parreira, se salvou - o que se explica também pela carência (ausência?) de bons jogadores no setor do elenco tricolor. Mas como explicar que um ataque com Fred, Thiago Neves, Conca, Leandro Amaral, tenha um rendimento tão ridículo? Mandá-lo embora após (mais uma) vexatória derrota, pro Santo André, era uma atitude até respeitosa com o passado do treinador.
Mas o que fez a cartolada? Em vez de contratar logo o Gaúcho, ficou sonhando com Muricy e Luxemburgo. Tudo pra não dar o braço a torcer à patrocinadora. Resultado: deu crédito ao então auxiliar Eutrópio. Duas partidas, duas derrotas, oito gols sofridos. O "interino-efetivado-depois demitido" conseguiu a proeza de inventar a escalação de Ruy no meio-campo. Ok, ele fez dois gols. Mas ora meus amigos: passamos quase um ano sem opção de jogo pela lateral direita. E quando contratamos um jogador no mínimo razoável pra posição, o cara vai pro meio-campo - e o ridículo Mariano continua como titular? Pra rua, Eutrópio. Vai fazer experiência no Ituano!
E Renato, agora, é a solução? Não. Ou sim. Depende dele. Mas também dos jogadores - e neste ponto o Portaluppi sabe conduzir a patota. Não é estrategista, está anos-luz de ser um grande treinador. Mas também não o considero mero "distribuidor de camisas". Ele tem méritos: em 2007, pegou um time sem personalidade (como o de agora) e o levou ao título da Copa do Brasil. Com a classificação garantida na Libertadores, ainda se deu ao luxo de chegar em quarto lugar (empatado em pontos com o Flamengo) no Brasileirão. No torneio sul-americano, foi vice-campeão, após épicas vitórias sobre São Paulo e Boca Juniors. Ok, perdemos (nos pênaltis) pra LDU. E o Internacional, na final da recente Recopa, o que fez contra os equatorianos? E o Cruzeiro, que precisava apenas de uma vitória simples em casa?
Os vascaínos também devem se lembrar que o Gaúcho quase levou aquele modesto time de 2006 à Libertadores. E que por pouco não o salvou do rebaixamento no ano passado.
Não estou aqui a endeusar o nosso novo-velho treinador, que fique claro. Apenas dando um crédito pro cara. Resta saber se ele aprendeu a lição de "falar menos e trabalhar mais". Se amadureceu como pessoa e percebeu, enfim, que não é mais um jogador de futebol (quando ele até podia disparar bravatas como aquela bobagem do "ficar brincando no Brasileiro"). Afinal de contas, com ele no comando, quem vai mandar agora no clube é a patrocinadora, e não um paspalhão chamado Roberto Horcades. E logo voltarei ao blog para falar especificamente sobre a "questão Unimed"...
Pra encerrar, pois já escrevi demais: em 2008, a esta altura do campeonato, após 12 rodadas, o Fluminense somava nove pontos (um a menos que agora), em 18º lugar. A três pontos do primeiro clube fora da zona da degola. No momento estamos a um ponto de sair do "G4 dos pobres". Tem muita gente embolada lá embaixo. E faltam 26 rodadas.
É uma bosta mesmo ser torcedor. Por mais raiva que se tenha do time, sempre resta a esperança. Como somos idiotas!
As apostas feitas este ano foram (mais uma vez) equivocadas. Claro que, à incompetência, somaram-se doses de azar. Jogador sendo operado do joelho em início de temporada, outro pegando tuberculose, muitos abaixo do rendiam em outros clubes. O que também podem ser mais provas da falta de capacidade de avaliação dos dirigentes e da comissão técnica. Insistir tanto tempo em treinar naquele esburacado campo das Laranjeiras é exemplo disso.
Parreira se tornou símbolo desta nova era de fracassos. Desde que foi demitido do comando da África do Sul, no início de 2008, ele já tinha deixado quieto este assunto de ser treinador. Mas o Fluminense insistiu em tirá-lo da aposentadoria. Com o ego inflado, resolveu tentar de novo. Mostrou a mesma incapacidade em administrar egos e crise internas como na Seleção Brasileira de 2006. Passou a mão na cabeça de jogadores que entravam em campo somente pelo nome - leia-se, sobretudo, Thiago Neves, uma pálida lembrança do meia-atacante decisivo de 2007/2008.
Sob sua gestão, o Fluminense foi um time triste, sem padrão tático e técnico algum. Nem mesmo a defesa, ponto forte dos tempos áureos de Parreira, se salvou - o que se explica também pela carência (ausência?) de bons jogadores no setor do elenco tricolor. Mas como explicar que um ataque com Fred, Thiago Neves, Conca, Leandro Amaral, tenha um rendimento tão ridículo? Mandá-lo embora após (mais uma) vexatória derrota, pro Santo André, era uma atitude até respeitosa com o passado do treinador.
Mas o que fez a cartolada? Em vez de contratar logo o Gaúcho, ficou sonhando com Muricy e Luxemburgo. Tudo pra não dar o braço a torcer à patrocinadora. Resultado: deu crédito ao então auxiliar Eutrópio. Duas partidas, duas derrotas, oito gols sofridos. O "interino-efetivado-depois demitido" conseguiu a proeza de inventar a escalação de Ruy no meio-campo. Ok, ele fez dois gols. Mas ora meus amigos: passamos quase um ano sem opção de jogo pela lateral direita. E quando contratamos um jogador no mínimo razoável pra posição, o cara vai pro meio-campo - e o ridículo Mariano continua como titular? Pra rua, Eutrópio. Vai fazer experiência no Ituano!
E Renato, agora, é a solução? Não. Ou sim. Depende dele. Mas também dos jogadores - e neste ponto o Portaluppi sabe conduzir a patota. Não é estrategista, está anos-luz de ser um grande treinador. Mas também não o considero mero "distribuidor de camisas". Ele tem méritos: em 2007, pegou um time sem personalidade (como o de agora) e o levou ao título da Copa do Brasil. Com a classificação garantida na Libertadores, ainda se deu ao luxo de chegar em quarto lugar (empatado em pontos com o Flamengo) no Brasileirão. No torneio sul-americano, foi vice-campeão, após épicas vitórias sobre São Paulo e Boca Juniors. Ok, perdemos (nos pênaltis) pra LDU. E o Internacional, na final da recente Recopa, o que fez contra os equatorianos? E o Cruzeiro, que precisava apenas de uma vitória simples em casa?
Os vascaínos também devem se lembrar que o Gaúcho quase levou aquele modesto time de 2006 à Libertadores. E que por pouco não o salvou do rebaixamento no ano passado.
Não estou aqui a endeusar o nosso novo-velho treinador, que fique claro. Apenas dando um crédito pro cara. Resta saber se ele aprendeu a lição de "falar menos e trabalhar mais". Se amadureceu como pessoa e percebeu, enfim, que não é mais um jogador de futebol (quando ele até podia disparar bravatas como aquela bobagem do "ficar brincando no Brasileiro"). Afinal de contas, com ele no comando, quem vai mandar agora no clube é a patrocinadora, e não um paspalhão chamado Roberto Horcades. E logo voltarei ao blog para falar especificamente sobre a "questão Unimed"...
Pra encerrar, pois já escrevi demais: em 2008, a esta altura do campeonato, após 12 rodadas, o Fluminense somava nove pontos (um a menos que agora), em 18º lugar. A três pontos do primeiro clube fora da zona da degola. No momento estamos a um ponto de sair do "G4 dos pobres". Tem muita gente embolada lá embaixo. E faltam 26 rodadas.
É uma bosta mesmo ser torcedor. Por mais raiva que se tenha do time, sempre resta a esperança. Como somos idiotas!
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