sábado, 11 de julho de 2009

O curioso caso do comportamento dos palestrinos no Palestra

Apos um ano e meio morando a alguns passos de distância do Palestra Italia, tomei a iniciativa, neste sábado, de ir ao estádio para ver um jogo do Palmeiras.

Em companhia de um amigo franco-marroquino-gaúcho-candango, encarei a insistente chuva, paguei 25 reais pelo ingresso na mão de cambista e fui lá torcer contra o time da casa em plena casa do time.

O lance é que o adversário era o Náutico, né? Então o Palmeiras jamais preencheria minha expectativa. Jamais perderia em casa logo na minha estreia (provavelmente despedida) no Palestra.

De qualquer maneira, era o tipo de jogo que jamais assistiria pela TV.

Quase oito mil pessoas pagaram para assistir ao triunfo por 4 a 1 sobre os pernambucanos. Desses aí, mais da metade estava atrás do gol, porque as arquibancadas centrais do estádio pertencem aos conselheiros e outros manda-chuvas do clube (tipo José Serra), do lado das cabines.

Do outro lado, a arquibancada pertence aa Visa, operadora de cartão de crédito, que colocou assentos que atendem aas exigências da Fifa e se acha no direito de cobrar mais caro por isso.

Nós, simples mortais, ficamos no concreto, atrás do gol que fica aa esquerda das cabines. Até porque não existe arquibancada aa direita

A torcida vaiou quando foi anunciado o nome de Carlinhos Bala no sistema de som do estádio na escalação do Náutico. Assim como ovacionou Marcos, Pierre, Diego Souza e, principalmente, Obina. O técnico-tampão Jorginho também foi muito aplaudido.

Ele, aliás, deve ser efetivado no cargo. Muricy Ramalho, que disse 'não' ao Verde após rodadas intermináveis de negociação, também foi homenageado:

- Oh Muricy, vaisif*dê, o meu Palmeiras não precisa de você!

A frase foi cantada três vezes ao longo dos noventa minutos, com 10 a 15 segundos de duração cada cântico. O que certamente não deve ter sido suficiente para que Muricy pudesse ouvir de casa, enquanto assistia ao PFC.

Choveu muito em São Paulo neste sábado e o gramado ficou encharcado, que acabou sendo decisivo para o volante goiano Souza, aquele do cabelo de fogo. Ele estourou o joelho numa jogada em uma poça, saiu do estádio em uma ambulância e pode passar o resto do campeonato longe do relvado palestrino.

Mas nem a péssima condição do campo de jogo impediu o lateral-esquerdo Pablo Armero de fazer um belo gol, após tabela com Diego 'Loco' Souza. Após a execução perfeita de um overlaping, o colombiano recebeu a bola, livre de marcação, no lado esquerdo da área pernambucana e fuzilou de primeira. A bola poderia ser defendida por Eduardo, (ex-Jacaré) mas como foi quase aa queima roupa e com muita força, o goleiro só esticou o braço por instinto. Ele sabia que jamais conseguiria estragar aquele momento.

Se eu pude tirar alguma conclusão desse jogo meia-boca, esta diz respeito ao comportamento do torcedor palmeirense: entre eles, ali na arquibancada, eles são muito mais tranquilos e sóbrios sobre seu time do aqui fora, na convivência com torcedores de equipes rivais.

Mesmo assim, é melhor manter distância.

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