quarta-feira, 15 de julho de 2009

Tostão

Coluna de hoje de Tostão, na Folha:

São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009

Hoje é dia de torcer

O CRUZEIRO , que não estava entre os principais favoritos no início do ano, evoluiu durante a competição, principalmente depois das chegadas de Kléber e Leonardo Silva. Hoje, por ter uma equipe um pouco melhor que a do Estudiantes e por jogar bem e ganhar a maioria das partidas no Mineirão, o Cruzeiro tem mais chances de conquistar a Libertadores.

Existe uma mistura de respeito e temor quando se enfrenta um time argentino. Eles têm muito mais títulos que os brasileiros nessa competição. Mas, com pouquíssimas exceções, os times argentinos que venceram decisões no Brasil ganharam porque eram grandes equipes, melhores que seus adversários, e não porque eram argentinos.Independentemente do resultado, Adilson Batista e os jogadores do Cruzeiro merecem elogios. Não se pode analisar um time por um jogo.

Hoje, quero ver Fábio repetir as excepcionais partidas dos últimos anos, como Raul e Dida, em 1976 e em 1997.Hoje, quero ver os laterais, Jonathan e Magrão, novamente apoiarem bem, sem deixar muitos espaços nas costas. Quando o Estudiantes recuperar a bola, os dois devem fazer parte da linha de zagueiros, e não da linha do meio-campo. Jonathan me lembra Maicon, quando saiu do Cruzeiro, pela força física e pela técnica. Maicon tinha a mesma deficiência na marcação, que corrigiu na Itália.

Hoje, não quero ver os zagueiros cometerem erros. Leonardo Silva, que era um fraco zagueiro, cresceu no Cruzeiro. Ele é importante nas jogadas aéreas, na área do Cruzeiro e na do adversário.Hoje, quero ver Marquinhos Paraná jogar como sempre, com a cabeça em pé, e tocar a bola com precisão e simplicidade.

Hoje, quero ver Henrique ser novamente um bom coadjuvante. Quem sabe ele acerta um chute como o do gol que fez no São Paulo?

Hoje, quero ver Ramires jogar bem e correr como um queniano, como a torcida, carinhosamente, o chama. Ramires não atuou bem depois que voltou da seleção. Ele não precisa tentar ser um craque, que não é. Ramires tem que jogar do jeito que sabe, que é diferente dos outros. Por isso, surpreende e é importantíssimo para qualquer equipe.

Hoje, quero ver novamente Wagner driblar, passar, finalizar e cruzar bem, principalmente quando se desloca para a esquerda, quase como um ponta.

Hoje, quero ver Wellington Paulista fazer as coisas que sabe fazer bem, que são finalizar e se antecipar aos zagueiros nos cruzamentos.

Hoje, quero ver Kléber ser um gladiador e jogar com grande talento, como tem feito, com exceção do primeiro jogo, quando foi apenas gladiador.

Hoje, quero ver Adilson Batista comandar bem o time como nos últimos tempos, depois que deixou de fazer coisas que só ele e seus amigos entendiam. O torcedor do Cruzeiro, que entende de futebol, percebeu a evolução do técnico e passou a apoiá-lo. Adilson não é mais vaiado, tornou-se querido da torcida e é, hoje, um dos principais treinadores do Brasil.

Hoje, como não sou blogueiro nem tenho compromisso de comentar durante e após o jogo, vou deixar de ser um analista.

Hoje é dia de torcer.

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