A volta do Gaúcho - Capítulo 3

Hoje é uma noite para torcedores do Fluminense menos masoquistas, como eu, fugirem de casa. Uma boa pra pegar um cineminha (nas quartas sempre rolam ingressos mais baratos), ir ao bar (sem televisão, por favor!) com os amigos ou a namorada ou, sei lá, se afundar no trabalho até meia-noite. Ainda não decidi qual das três opções vou seguir. Mas é certo que não ficarei diante da telinha vendo meu time ser massacrado. Ok, sei que escrevi o mesmo na quinta passada, e a derrota nem foi humilhante, um 2 x 1 pau a pau contra o Galo, no Mineirão.

O contexto agora é diferente. Pra começar, que me perdoem os atleticanos, o Palmeiras tem um elenco melhor. Também é um dos líderes do Brasileirão e estreia o Muricy Ramalho, motivado a conquistar o quarto título nacional consecutivo - seria o quinto se não fosse o "apito amigo" corintiano de 2005. Além de enfrentar o melhor técnico do país, teremos pela frente um Obina motivado, sem acarajé no bucho, mas com fome de gols.

Do outro lado, entra em campo um Fluminense pressionado psicologicamente pela penúltima posição na tabela, uma sequência de nove jogos sem vitória e esfacelado tecnicamente. Apesar do bom futebol apresentado nas duas últimas partidas pela equipe, Renato Gaúcho deve estar se perguntando por que aceitou segurar este rojão. É só problema. Com Fred, Diguinho e Tartá machucados, Ruy suspenso, Alan na Seleção Sub-20 e Leandro Amaral tentando recuperar a forma, nosso treinador vai ter que inventar uma escalação.

Ele já avisou que manterá o esquema com três zagueiros apostando novamente no garoto Dalton ao lado do pavoroso EdCarlos e do inseguro Luiz Alberto. Continua também a lamentável dupla de volantes Fabinho e WM. Marquinhos e Conca ficam responsáveis pela armação. A dúvida paira nas laterais: na esquerda, Dieguinho deve substituir o fraco João Paulo (uma boa tentativa). Na direita, sem Ruy, Gaúcho pode optar pelo inoperante Mariano ou "ousar" com Maicon atuando como ala/ponta (a melhor alternativa para que o Kieza não fique isolado na frente).

A diretoria/patrocinadora fala em reforços, mas só vejo especulações com nomes de meio-campo e ataque. E a defesa, horrorosa, será a mesma até o fim do campeonato? Quem sabe o Gaúcho não consegue surpreender o Muricy de novo como fez em 2008 na Libertadores e no primeiro turno do Brasileirão? Devo estar delirando. Enfim, o que resta é torcer pra perder de pouco. Empate é pra ser muito comemorado!