domingo, 30 de agosto de 2009

Aula de anti-jornalismo na F-1

O que se viu, jornalisticamente, no GP da Bélgica de F-1 hoje foi uma lição de antijornalismo.

O Reginaldo Leme tava trazendo uma história bombástica (para quem não viu ou ouviu, a história é que a FIA botou uma empresa independente para investigar o Flavio Briatore e tem fortes indicios de que ele mandou o Piquetzinho bater, provocar um acidente no exato local e momento em que ele bateu e provocou um acidente no GP de Cingapura no ano passado, pra forçar o safety car a entrar na pista e dar a vitória ao Alonso) que, inevitavelmente, compromete o Piquet tanto quanto o Briatore.

Antes que o Reginaldo pudesse dar os detalhes da história, o louco do Galvão ficou berrando que quem fez essa denúncia tem que pagar caro porque ele não acredita que o Piquet faria isso e tal. Tipo não deixou o Reginaldo continuar.

Em outro momento, talvez com um pouco de vergonha, deixou o Reginaldo prosseguir. E o comentarista disse, com base em fatos das investigações (e não apenas em opinioes) que o desfecho se encaminha para a conclusão de que o Piquet realmente provocou a batida no referido lugar. Cita, inclusive, depoimento do Massa (ou do Rubinho, não lembro agora) sobre a natureza esquisita da batida ("Não é normal bater ali daquele jeito, não tem como fazer isso", teria dito o Massa - ou Rubinho), corroborando a suspeita da FIA.

Claro que ficou uma saia justa sem tamanho, porque, se o Briatore for culpado, como eu disse, tão culpado quanto ele terá sido o Nelsinho, que participou de tudo e não denunciou nada.

Acho que inclusive seria o fim da curta e patética passagem do filho do Piquetzão na Fórmula 1. Mas o mais insuportavel disso tudo foi o Galvão jogando pano quente em cima do trabalho jornalístico que vai render muito assunto durante a semana. Te garanto que se o suspeito fosse francês, espanhol, inglês ou alemão, ele teria defendido uma investigação profunda e ainda levantado suspeitas sobre o caráter do cara, etc.

Aguardemos.

Atualização: o mais bizarro é que já se passaram três horas da denúncia e não tem nenhuma linha sobre o assunto no G1.

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