Gostaria de convidar os amigos Berna, John, cm, Garcia e DB, contumazes críticos do Dunga, para um momento de reflexão. Nem tenho comentado sobre a Seleção e nem por isso vou agora endeusar o nosso treinador. Mas percebo nos senhores uma oposição sistemática que não condiz com a realidade dos fatos.Individualmente, considero a atual Seleção formada por jogadores apenas medianos. Tirando Kaká e Júlio César, dois fora-de-série, e o Luís Fabiano, numa fase excepcional, não tem mais ninguém que possa ser chamado de craque. Mas o Dunga (junto com o Jorginho, claro) conseguiu dar um senso coletivo, um conjunto para esta Seleção, que há tempos não via. É futebol-arte? Claro que não! Mas também está longe de ser medíocre, na minha opinião.
Não se trata só de meter quatro no Uruguai e três no Chile na casa do adversário. Ou de vencer três vezes seguidas a Argentina (a última por 3 x 1, lá). Ou de derrotar duas vezes a Itália, atual campeã do mundo. Nem de ter conquistado a Copa América, das Confederações ou de estar classificado para o Mundial com três rodadas de antecedência. O fato, para mim, é que o Brasil está realmente jogando bem e com eficiência.
Poderia ser melhor? Concordo. O Dunga insiste em jogadores que não merecem mais estar lá, como Gilberto Silva e Robinho? É verdade. Não temos uma dupla de volantes, nem lateral-esquerdo confiáveis? Também acho. Ele convocou jogadores ridículos do naipe de Afonso Alves? Infelizmente. O nosso carrancudo e mal-humorado comandante fez muitas besteiras nestes três anos de trabalho. Mas também soube dar a volta por cima e está agora acertando o passo.
Isso não significa que seremos hexacampeões em 2010 de forma alguma. Como também não significava há quatro anos quando o time do Parreira levou a Copa das Confederações batendo a Alemanha em casa e goleando a Argentina na decisão. Assim como a campanha pífia nas Eliminatórias de 2002, quando trocamos várias vezes de técnico (parecia o Fluminense), não representou fracasso no Mundial do Japão-Coréia, pelo contrário.
Vivi o drama de 1982 mais intensamente que a maioria dos escribas deste blog, ainda crianças na época. Podem ter certeza de que aquela Seleção era, sim, a mais bonita que eu vi jogar ao vivo. E não acho que se tornou menos importante para a história por não ter sido campeã. O fato é que, depois daquela, o time que mais se aproximou, em termos de quantidade de jogadores de alto nível, foi a de 2006, na minha visão. E foi um fiasco ainda maior, nem deixou saudades. E todos sabemos o porquê.
Logo, em vez de ridicularizarem a Seleção atual só por personificarem nela a figura antipática do Dunga - jogador que, diga-se de passagem, foi altamente injustiçado na Copa de 1990 -, tentem vê-la com outros olhos. Analíticos, claro. Sem ufanismos, lógico. Mas menos "fanáticos contra". Esta é apenas a minha humilde opinião. Saudações a todos!
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