Já vi esse filme antes: Palhinha, Raí, Casagrande, Diego, Edmundo, Mazinho, Giovanni. Caras que tiveram oitocentas oportunidades na seleção, jogaram pelo Brasil na mesma posição em que atuavam nos clubes, esgotaram seus estoques de desculpas e fizeram até os técnicos mais turrões desistirem deles. Tudo jogador de clube. Não deixa de ser uma prova viva de que a amarelinha ainda faz amarelar um punhado de craque ou potencial craque. Ronaldinho Gaúcho fez aí, nos últimos dois meses, pelo Milan (ressalte-se, pelo Milan) mais do que fez em, sei lá, 60 partidas pela Seleção Brasileira. Como vivemos no universo do imediatismo, ja já vai ter gente chamando o Dunga de burro por não chamá-lo, etc.
Em circunstâncias normais, eu nem pensaria em chamá-lo. Se for para chamar algum craque que queimou o filme na última copa, eu chamaria antes o Gordo que, pelo menos, quando joga, joga bem e mete gol em vários times grandes (conforme fez ano passado), não contra Siena ou essas merdas que penariam na Série B aqui no Brasil. Mas isso seria, repito: em circunstâncias normais. Porque o Ronaldo já dançou para a Copa. É um jogador de Seleção, anos-luz mais decisivo do que o Gaúcho. Mas perdeu espaço para Robinho (xodó), Luis Fabiano (absoluto), Nilmar (aproveitou a chance) e até Adriano. Não tem perspectiva alguma de ser chamado. Se algum desses acima se contundir ou morrer ou explodir, o Dunga, por coerência, ainda tem na lista dele Pato, Love, Sóbis, Hulk e até mesmo o Fred antes do Ronaldo. Não acho que fugirá disso.
Já o Gaúcho com a camisa da Seleção me causa tanto enfado quanto o Diego. Em circunstâncias normais, não teria a menor chance de jogar a Copa.
Mas a realidade pode dar-lhe uma chance, ainda que no banco. Não temos reservas firmes - e vários nomes, como o próprio Diego (outro clássico caso de jogador de clube), foram tentados à exaustão. Acho que o Julio Baptista, por sempre ter entrado bem, merece estar no grupo. Mas tem vaga sobrando aí. E é aí que eu digo: o Ronaldinho Gaúcho vai acabar jogando a Copa.
Que mal teria ele ser convocado, eu pergunto? Nenhum, pelo que disse acima. Mas se não for convocado, também, não faz diferença, numa boa. Ele já deixou de ser decisivo há anos. Ou seja: para mim ele virou um tanto faz. Se for, beleza. Se não for, não fará falta.
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