sábado, 13 de fevereiro de 2010

Uma discreta injustiça


Após acompanhar essa vitória magra do São Paulo Futebol Clube conta o Ituano pelo campeonato paulista, confirmou-se algo que já há algum tempo rondava meus pensamentos futebolísticos. A vitória mínima, com gol de pênalti cobrado por Rogério Ceni, engana um pouco sobre o futebol veloz apresentado pela equipe (80% reserva, diga-se), especialmente no primeiro tempo. Toque de bola, triangulações, gols perdidos.

Foi o desempenho de Hernanes, entretanto, que me instigou a ponto de querer registrar isso num post do cbet. Alçado, nos últimos anos, a um dos principais jogadores brasileiros atuando em solo nacional (e às vezes, como grande promessa, incluindo até os estrangeiros), Hernanes vem apresentando grande futebol, com poucos momentos de fraqueza, pelo menos desde 2007. Atuando de maneira versátil entre as modalidades do meio-de-campo (como meia ou como volante), sempre com visão de jogo, excelente posicionamento e inegável qualidade técnica, o sãopaulino teve algumas chances na seleção em 2008, e chegou a disputar as olimpíadas em que levamos a medalha de bronze.

Porém, o 2009 em branco do tricolor paulista desviou as atenções de D*nga sobre Hernanes. Em 2007, ele foi fundamental para o pentacampeonato do São Paulo, tendo vencido a bola de prata como melhor volante. Em 2008, seu auge, em atuações decisivas e impecáveis, chegando à condição de craque de bola, foi eleito melhor jogador da competição. Os chutes potentes e calibrados do jogador e suas qualidades de futeboleiro completo e moderno não decaíram em 2009, mas o tricolor, esse sim cambaleante, fracassou, por pouco, no brasileirão.

Hoje, Hernanes, um dos poucos titulares em campo, teve atuação pungente e foi fundamental para a vitória do expressinho tricolor, que aos poucos vai calibrando seus dois times e revelando o que apresentará em 2010. Hernanes é um profissional discreto, muito inteligente e humilde, que deposita sua racionalidade em fortes atuações pelo meio-campo, cada vez mais assumindo uma posição de organização e liderança do time (já ostenta a camisa 10 tricolor). Suas chances de ir à Copa do Mundo são zero, apesar de ter feito tudo que era possível, com resultados em gols, belas jogadas e títulos importantes, para merecer uma convocação. Registro aqui o que considero uma discreta injustiça, quase nunca comentada, e relembro aos convivas o plantel de meio-campo convocado por D*nga:

Gilberto Silva (Panathinaikos)
Josué (Wolfsburg)
Felipe Melo (Juventus)
Kaká (Real Madrid)
Ramires (Benfica)
Elano (Galatasaray)
Julio Baptista (Roma)
Kleberson (Flamengo)

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