sábado, 13 de março de 2010

Como se vira um ídolo

Árbitro que voltou atrás em pênalti diz que jogador atrapalhou sua visão

José Buitrago diz que educação de Abbondanzieri influenciou na decisão de consultar bandeirinha no jogo do Inter contra o Deportivo Quito

Zero Hora Porto Alegre


Agência/EFE

Momento do lance que causou toda a confusão na partida disputada em Quito

O advogado José Buitrago, de 40 anos, estava com a mulher e os dois filhos em sua casa na noite desta sexta-feira, em Bogotá, na Colômbia. Na noite anterior, como árbitro de Deportivo Quito x Inter, pela Taça Libertadores, ele protagonizou uma das grandes lambanças dos últimos anos na arbitragem sul-americana.

Buitrago marcou o pênalti de Abbondanzieri em Pirchio sem ver que havia ocorrido o contrário, falta do atacante do time equatoriano sobre o goleiro. Por telefone, o árbitro explicou o erro porque um jogador passara na sua frente no momento do lance.

Como o senhor avalia a atuação na quinta-feira?

José Buitrago: – Foi boa partida, apenas houve a situação do pênalti. Falamos com o assistente, que me deu um melhor panorama, e não caímos em erro maior.

A visão estava prejudicada naquele momento?

– Sim, um jogador do Deportivo Quito cruzou a minha frente.

O que os jogadores do Inter disseram?

– Eles não foram grosseiros. Apenas reclamaram normalmente, sobretudo o senhor Abbondanzieri. Não foram ostensivos, por isso se tomou a decisão de voltar atrás.

Abbondanzieri foi decisivo para o senhor ouvir o auxiliar?

– Sim, foi de alto nível e sua experiência ajudou. Ele insistiu: “Consulta, consulta, consulta o assistente”. Então, decidi ouvir o assistente para ter o panorama do lance.

O que o senhor lembra do lance?

– Houve o choque, caiu o jogador do Deportivo e ali interpretei como pênalti. Felizmente, o assistente me disse que não houve pênalti.

O senhor teme que a Conmebol o afaste da competição?

– Quem resolve é a comissão de árbitros da Conmebol. Estou tranquilo.

Os dirigentes do Deportivo Quito o procuraram depois?

– Não, mas aceitaram e foram conscientes do que foi a decisão do lance do pênalti.

O senhor já tinha passado por um episódio de desistir da marcação de um pênalti na sua carreira de árbitro?

– Foi um caso fortuito de uma partida, mas assim como aconteceu acabou sendo melhor. Porque eu evitei um erro mais grave.

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