sexta-feira, 25 de junho de 2010

Playing the terror in Mozambique

Desde que iniciei meu périplo pelo continente sul-africano, não tive tempo para postar histórias legais com a frequencia que queria neste blog. Por baixo, lembro aqui de ter perdido o "timing"" da publicação de pelo menso umas dez histórias, como a torcida americana fanática empurrando o time no jogo contra a Eslovênia, os dinamarqueses mais bêbados da copa, os sul-africanos vibrando alucinados os gols contra  França no meio do Blyde River Canyon, um lugar mais inóspito que a chapada diamantian no Brasil.
Hoje estou em Moçambique com o único companheiro de viagem que ficou comigo até o final. Demos uma mega volta pela cidade durante o dia e procuramos um lugar para assistir à peleja que acabou de ser disputada em Durban (alias, nosso proximo destino é lá onde NAO veremos Italia x Holanda, graças às malditas zebras que vimos aos montes ontem no Krueger Park). Achamos um boteco - restaurante chamado Mundial, que fica no centro da cidade e estava repleto de portugueses.

Estávamos curiosos realmente para saber se os moçambicanos torceriam para o Brasil ou para Portugal, país que os colonizaram até 1975 (não é longe assim, basta lembrar que o nobre Comendador, por exemplo, é bem mais antigo que a independência de Moçambique). Como cagada pouca é bobagem, descobri por acaso hoje, ao ver um milhão de pessoas na rua, que hoje é a comemoração oficial da data da independência do país. Voltando ao tema futebol, nas nossas voltas nas ruas todos nos diziam que o Brasil ganharia de 3 x 1 ou 3 x 0. Chegamos a achar que todo mundo aqui torce pelo Brasil, etc.

Mas acho que não. Acho que a maioria gosta mesmo é de farra. Tem zilhões de portugas em Moçambique. A maioria deles tem negócios e emprega um monte de moçambicanos. No boteco, os portugueses (brancos, brancas, emigrantes) eram maioria esmagadora. Mas nem por isso deixamos de cooptar os locais para a gente. Munidos de perucas, chapéus, pandeiros, uma dezena de apitos verde-amarelos e muita agitação, trouxemos pro nosso lado dezenas de locais, que, ao final do jogo, gritavam por "Robinho" (Marcondes Brito, juro que não temos nada a ver com isso, simplesmentes os moçambicanos acham que ele faz falta à seleção - humildemente). 

A bagunça foi tanta que a RTP, a Record daqui e mais outros três canais de televisão entrevistaram eu e meu amigo Theo Saad. A cerveja de 1 litro e meio (vide foto) em promoção a 600 meticais (jutno com duas pizzas gigantes) foi convidativa e, claro, me ajudou (depois de outras duas do mesmo tipo, sem as pizzas, oh lord) a ter disposição de pedir pra dona da pensão onde estou (portuguesa, claro) para me ajudar a escrever essas palavras.

Voltando às entrevistas (foi mal, tenho DDA), o mais divertido é que, à exceçao dos canais moçambicanos, os outros canais interrompiam as perguntas depois de terem questionado "se estava satisfeito com o placar" e invariavelmente diziamos que "claro que não, que o Dunga terá de mudar o time todo, pois não ganhar com folga de uma equipe de segundo escalão como portugal é motivo para crise dentro da seleção".

Deixamos o boteco na maior bagunça e gritando "sai do chão, sai do chão, quem é pentacampeão"e, pior ainda, "O Brasiiiiiil ta na finallll... pau no cu de Portugal", claro, para espalhar mundo afora a fanfarronice brazuca em território africano.

Vou parar de escrever agora porque as três tijelas de cerva estão fazendo efeito. Não vou revisar essa merda e peço perdão pelos erros de digitação.

Atenciosamente.

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