De volta após um inesquecível, intenso e fervoroso mês de várias atividades ludopédicas na África do Sul e imediações, deixo aqui minhas impressões sobre a final de amanhã.
Na segunda fase, sim, contra Portugal, a Espanha fez uma de suas melhores partidas da copa. Esmagou o imbecil do C. Ronaldo e companhia limitada (literalmente). Foi uma apresentação de gala. O mesmo já não ocorreu contra os paraguaios, que tiveram boas chances de despachar a Fúria.
Contra a Alemanha, emplgações a parte, foi um jogo chato pacas e, com um gol do zagueiro Puyol (o Pippin do Senhor dos Anéis), os espanhóis jogaram como o Brasil joga (para quem critica o jeito brasileiro de jogar futebol-força sem brilho, não entendo como podem idolatrar um time que ganha de 1 x 0 e passa longe, muito longe de dar espetáculo) e, sobretudo, como o Brasil jogou em 1994. Aliás, a campanha é parecida (mas um pouco pior): duas vitórias na primeira fase e um tropeço (ainda que empatar com a Suecia em 1994 seja muito mais aceitavel que perder da Suiça), sufoco pra ganhar de um adversario pequeno (apesar de que os EUA em 1994 nao ofereceram tanto perigo contra os paraguaios esse ano), um vitória de responsa sobre um grande (Holanda em 1994 e Alemanha em 2010) e outra sobre um adversário mediano (Suecia na semifinal vira mediano / Portugal).
Além disso, o time tem sete gols em seis jogos (ainda é menos que os nove que o Brasil fez em cinco jogos) , sendo cinco do Villa. Não é um futebol que me empolga, apesar de ser eficiente. E sim, quem detona a Alemanha tem autoridade pra ser campeão de forma incontestável. Ainda mais se ganhar da Holanda na final.
A Holanda, aliás, ganhou seus seis jogos (estilo Brasil em 2002) e não vem, em nenhum momento, mostrando o futebol bonito que a caracterizou nos anos 70 e na Euro de 1988. Suaram pra ganhar do Japão, passaram sem sustos pela Dinamarca e tiveram de jogar um pouquinho além da conta pra bater Camarões.
Digo que a Holanda parece o Brasil de 2002 justamente por isso: um time que foi vencendo, sem convencer muito, mas quando a gente viu, tinha ganhado os sete jogos e batido Alemanha e Inglaterra, além de ter tido os dois melhores jogadores do mundial (Ronaldo e Rivaldo) em grande forma. E entrou para a História. Jogadores que não estavam extamente em alta escreveram seus nomes como craques incontestáveis. A Holanda, até passar pelo Brasil, estava empolgando mais pelo nome do que pelo que jogou de verdade. Pelo lado histórico. Mas se ganhar amanhã, que seja com um gol de pênalti, terá seu nome eternizado junto aos maiores do futebol em todos os tempos. E Cruyff e Neeskens poderão dormir em paz sabendo que tudo começou com eles.
Enfim, eu gosto das duas seleções e fico feliz que uma delas vá ser campeã. Vai ser bom pro futebol ter mais uma seleção nesse seleto clube.
Mas só para apimentar: se a Holanda ganhar, acho que terá sido com mais qualidade. Se a Espanha ganhar, a não ser que massacre os laranjinhas na final, terá sido um campeão tipo o Brasil em 1994 (com menos brilho, porque Romário, Taffarel, Aldair, Bebeto e Dunga foram maiores do que os caras da Espanha são hoje - lembro porém que os espanhóis ainda estão no meio da carreira e podem mudar isso, mas hoje a realidade como vejo é essa). Ou, pior, como a Alemanha de 1990.
Dito isso, e por mais contraditório que pareça, acho que essa copa foi a melhor desde 1986. E não é porque estive lá. Mas isso é um tema pra outros posts.
Que vença o melhor amanhã!!!
Saludos aos amigos!!
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