sexta-feira, 9 de julho de 2010

Dunga não se esquece da imprensa

Dunga falou ao Estragão.

Falou, falou e não disse nada. Mas, só para manter a coerencia, a entrevista foi interessante, como a noção básica de jornalismo dele.

Um trecho:

Muitos dizem que você guarda mágoa por causa das críticas de 1994 (quando o Brasil ganhou a Copa e Dunga era o capitão). No momento de receber a taça, fez um desabafo e xingou…

Será que não é o contrário? Os jornalistas é que não se esquecem? Já expliquei o que ocorreu. O problema é que a imprensa é como boi que vai para o rio de piranhas e os outros vão atrás. O que eu falei foi apenas para um fotógrafo, não para as pessoas. Esse fotógrafo estava na minha frente, pedindo que eu fizesse pose. Era egoísta, queria a foto só para ele. Aí eu o xinguei.

Voltaria a comentar futebol na TV?

Voltaria, não tenho medo de desafios. Quando se é correto, não tem medo de nada. Claro que pode errar mesmo sendo correto. Mas quando erro vou e peço desculpas.

Quando o Brasil perdia para a Holanda, não acha que, se contasse com um Ronaldinho Gaúcho ou um Ganso, teria mais chances de reverter o placar?

Está bom, então. Se eu tivesse o Ronaldinho Gaúcho, tiraria quem?

Talvez o Gilberto Silva.

Como o Gilberto Silva? Tu estás louco. O Felipe Melo tinha sido expulso. Eu ficaria sem volante? Ainda tínhamos tempo para empatar.

Alguns jogadores estavam mal em seus clubes, como o Kleberson. Não acha que poderia ter convocado o Neymar e o Ganso, que tiveram seis meses muito bons?

Seis meses, não. Isso é matemática, não opinião.

Tiveram pelo menos quatro meses.

Não, foram menos de dois meses. Dezembro foi mês de férias, janeiro de treino e os campeonatos começaram em fevereiro. A convocação foi em março.

Não foi em março. Você convocou o time para a Copa em 11 de maio.

Não, eu considero março, mês do amistoso com a Irlanda (vitória por 2 a 0, em Londres). Por acaso você daria a capa de seu jornal para um repórter que acabou de sair da universidade? Todos falam que o resultado não é importante. A crítica é em cima do quê? Sempre do resultado. No Brasil, quando você ganha tem um pouco de razão. Quando perde… O interessante para todos é bater no treinador.

A íntegra, aqui.

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