segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

René, o sensato

Gosto do René Simões. Não se trata de um treinador brilhante, grande estrategista ou de currículo extenso. Seus feitos mais notáveis foram dirigir a Seleção Brasileira feminina medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas-2004 ou levar a Jamaica para a Copa de 1998. Em nível nacional, reconduziu o Coritiba, em 2007, à Série A ajudando a revelar jogadores como o badalado Keirrison, hoje no Palmeiras.

René é um cara tranquilo, que sabe conversar, orientar seus jogadores e, ao mesmo tempo, tratar a imprensa. Ontem, após a improvável classificação do Fluminense às semifinais, não mudou o tom do discurso. Fosse Renato Gaúcho, Luxerley ou Leão, ouviríamos um festival de bravatas e fanfarronices.

Está há pouco mais de quatro meses nas Laranjeiras. Suficientes para salvar o clube do iminente rebaixamento no Brasileirão de 2008. E, agora, de evitar a humilhante eliminação na primeira fase da Taça GB. Errou algumas vezes, é verdade, na tentativa de montar um novo time.

Mas seu único pecado capital, de fato, foi insistir em escalar Roger como a "referência" do ataque tricolor. Confesso que conheço pouco do jogador, a não ser que foi titular na Ponte Preta e no Sport e teve passagens apagadas por Palmeiras e São Paulo. No Fluminense mostrou ser pesado, sem habilidade e pouco inteligente, não oferecendo opções para os homens de meio-campo. Pior: não sabe chutar, um crime inafiançável para um atacante de área.

Ontem, aos 38 da primeira etapa, Roger finalmente foi sacado do time, que não conseguia sair do 0 x 0 com o Tigres. Everton Santos entrou e, em sua primeira jogada, livrou-se de dois adversários e bateu forte no canto para boa defesa. No lance seguinte, projetou-se nas costas da defesa e bateu na saída do goleiro: 1 x 0. No segundo tempo, em novo deslocamento, recebeu de Maicon e chutou cruzado: 2 x 0. Everton Santos é craque? Claro que não! Mas, com pouco mais de 50 minutos em campo, jogou e produziu muito mais que Roger em 578! Simples assim.

Que sua habitual tranquilidade ilumine René nas próximas escalações. Chega de Roger!

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