atacante atrevido, ponteiro impetuoso. drible fácil. chute de direita, chute de esquerda. faro de gol. todos os lugares-comuns que definem aqueles garotos prodigiosos nas resenhas de segunda-feira eram verdadeiros e evidentes em dener.
o garoto dener, logo que surgiu, era querido por todos.
surgiu, afinal, na simpática portuguesa de desportos. o que vale dizer: dener era patrimônio público, e não xodó de apenas uma torcida. natural que chegasse rapidamente à seleção brasileira, ainda aos 20 anos, em 1991, para um par de amistosos. dener, em seguida, foi emprestrado ao grêmio e depois vendido ao vasco. sua carreira estava em ponto de bala.
forte candidato, entre a torcida brasileira, para ir à copa de 1994, num time em que o treinador (carlos alberto parreira) se recusava a convocar romário, então artilheiro no barcelona.
romário, mais tarde, se consagraria com a amarelinha.
dener era ainda "pouco maduro". não teve tempo de amadurecer. morreu num acidente de carro, cretino, numa madrugada de abril de 1994.
há 15 anos. dener, james dean. o futuro grande craque. talvez dener se tornasse tão grande quanto romário, ronaldinho. talvez maior do que edmundo ou robinho. vá saber. bobagem tentar imaginar. nunca se saberá o que seria do garoto dener.
como o rubro-negro geraldo, destaque no flamengo dos anos 1980, morto numa cirurgia simples aos 24 anos. dener e geraldo pertencem a uma categoria especial de ídolos do desporto nacional.
dener foi um grande jogador, um dos maiores que minha geração viu jogar. mas vimos muito pouco de dener. eu tinha 17 anos quando dener morreu. dener tinha 22 anos. hoje tenho 32. dener ainda tem 22. dener será sempre o garoto dener. aquele guri de canelas finas. o guri atrevido da portuguesa de desportos.
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