terça-feira, 1 de setembro de 2009

A verdade sobre Gaúcho e Fluminense

Embore discorde de algumas opiniões e colocações do Presidente deste CBET, numa coisa estou de acordo com ele: era compreensível que o Fluminense tivesse dado nova chance a Renato Gaúcho, como fez há pouco mais de 40 dias. O cara, como já escrevi aqui, está longe de ser grande treinador, como mesmo se julgou em 2008 em meio a euforia da Libertadores, das ridículas frases de efeito e da falastronice. Em sua arrogância, perdeu o título pra LDU, foi demitido das Laranjeiras na lanterna do Brasileirão e acabou o ano amargando o rebaixamento com o Vasco.

Mas antes disso, como bem lembrou Felipe, Portaluppi comandou uma ótima temporada do tricolor, com o título da Copa do Brasil e o quarto lugar (praticamente terceiro) no Brasileiro. O vice da Libertadores é de se lamentar pelas circunstâncias, claro, mas não pode jamais ser considerado vergonhoso, ainda mais porque o Fluminense teve a melhor campanha naquele torneio.

Ironicamente, ao assumir agora discurso mais "humilde", Renato deixou de ser o "motivador", o que "fala a linguagem dos jogadores". Limitado e ainda inexperiente técnica e taticamente, este era seu diferencial naquele bom momento tricolor. Nestes 40 dias de sua nova temporada nas Laranjeiras, bancado pelo amigo Celso "Unimed" Barros, teve início até promissor num time cheio de problemas que vão de questões técnicas (é muito jogador ruim e/ou que se acha bom) a físicos (várias contusões seguidas num elenco limitado). Além da confusão interna do clube e da "guerrinha" diretoria x patrocinadora.

Pra aumentar o drama, teve uma tabela complicada pela frente logo de cara, enfrentando os então líderes Atlético-MG (1 x 2) e Palmeiras (0 x 1) fora de casa. E o bom time do Cruzeiro (1 x 1), no Maraca. Diante do Atlético-PR, também fora, perdeu por 1 x 0, mas logo se recuperou ganhando finalmente uma - 5 x 1 sobre o Sport - e emendando bom empate contra o Vitória (2 x 2), no Barradão. O que derrubou mesmo Renato foi o jogo seguinte: o Coritiba (que vinha de sete jogos sem vitória) nos bateu por 3 x 1 no Rio. É visível que, depois daquela atuação pífia, o time não conseguiu mais se recuperar moralmente, entregou os pontos. E expôs toda a limitação do Gaúcho fora das quatro linhas. Seguiram-se derrotas (previsíveis) para São Paulo (1 x 0) e Santos (2 x 0), fora. E, no meio disso, o empate constrangedor diante do Barueri (0 x 0).

Foram 10 jogos pelo Brasileirão, uma vitória e seis derrotas. Na situação calamitosa que o Fluminense se encontra, a posição de Renato se tornou insustentável. Ele mesmo já sabia disso, era questão de tempo. E o "amigo Unimed" também jogou a toalha e achou melhor poupá-lo de terminar outro ano caindo de divisão, após mais de sete meses desempregado.

2 de julho de 2008 definitivamente é um divisor de águas na carreira do Gaúcho. Naquela data poderia ter chegado a honra máxima de se sagrar campeão da Libertadores. O gostinho escapou da boca como se uma criança tivesse o doce roubado. Depois disso, sua carreira como técnico de futebol foi uma coleção de fracassos e vexames.

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