quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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26/11/2009 - 07h00
Zelaya diz que ficará na embaixada "pelo tempo que o Brasil permitir"
Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Mais de 65 dias depois de ter retornado a Honduras na tentativa de retomar o poder, o presidente deposto Manuel Zelaya declarou ao UOL Notícias que vai permanecer na embaixada brasileira "pelo tempo que o Brasil permitir"."Se uma ditadura tutela e coordena uma eleição, ela é ilegal", diz Manuel Zelaya

A declaração chega poucos dias antes das eleições presidenciais hondurenhas, pleito que é apoiado pelos Estados Unidos e pelo governo golpista no poder como solução para a crise política que o país centro-americano vive desde que Zelaya foi deposto do cargo e expulso do país, em junho deste ano.

Zelaya, que voltou escondido a Tegucigalpa em setembro e desde então está abrigado na embaixada brasileira, argumenta que esta eleição não terá validade, porque acontece em meio a um Estado de exceção. "Se uma ditadura tutela, dirige, coordena uma eleição, [esta eleição] se torna ilegal", declarou o presidente deposto.

A mesma posição é defendida pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que sempre condenou o golpe de Estado, mas não teve sucesso em mediar um acordo para reconduzir Zelaya à presidência. Diante desse fracasso, a OEA anunciou que "nem cogita" enviar observadores para as eleições, o que pode comprometer a legitimidade internacional dos resultados.
No final de outubro, Zelaya e o governo no poder, chefiado por Roberto Micheletti, chegaram a assinar um acordo, batizado de Tegucigalpa-São José, para viabilizar um consenso que legitimaria as eleições. O documento previa a formação de um governo de unidade e passava para o Congresso a tarefa de decidir sobre o retorno do presidente deposto. Dias depois, Micheletti anunciou que continuaria como presidente no governo de unidade descrito no documento, e Zelaya deu o acordo por fracassado.

Segundo o presidente deposto revelou ao UOL Notícias, mesmo que o Congresso vote por sua restituição após as eleições, essa decisão seria ilegítima e ele não aceitaria retomar o cargo por essa via.

A posição mantém o impasse no país e aumenta a incerteza sobre quanto tempo pode durar a estadia do presidente deposto no prédio da representação diplomática brasileira em Tegucigalpa. Para Zelaya, "pelo tempo que o Brasil permitir".

Procurado pela reportagem, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil respondeu que Zelaya "será hóspede da embaixada do Brasil pelo tempo que for necessário para a normalização da situação em Honduras".

"O Brasil não fará, como não faz, nenhuma pressão para que ele saia antes", disse o Itamaraty.

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