A dignidade de saber perder

No esporte em geral, eu sempre admirei os grandes perdedores - aquelas figuras acima do bem e do mal que sabem reconhecer a superioridade adversária. Isso ocorre muito no tênis. Ocorreu na final da Copa de 58, quando o capitão sueco cumprimentou um a um os jogadores brasileiros.

Hoje, o Brasil fez uma sensacional homenagem ao grande Ghiggia, autor de um dos gols mais importantes da história do Maracanã. O uruguaio terá os pés na calçada da fama do Maraca.

Segue a matéria do Lance! sobre o grande reconhecimento:

Carrasco da Copa de 1950 entra para a calçada da fama

Autor do gol que calou o Brasil foi homenageado no Maracanã

Fábio Lima

RIO DE JANEIRO

Quase 60 anos após o Maracanazo, o homem responsável pelo silêncio mais ensurdecedor da História do futebol mundial voltou ao Maracanã para, por ironia do destino, colocar os pés na calçada da fama. Ghiggia, autor do gol que deu o título da Copa do Mundo de 1950, na final contra o Brasil, em pleno Maracanã, foi o 100º jogador a ter a honraria e o sexto estrangeiro.
Ciente de que a recepção não seria das mais calorosas, Ghiggia estava nitidamente sem jeito, tímido por ter a consciência do estrago que causou. Emocionado, o ex-jogador admitiu que não sabia o que falar para o público brasileiro.

- Estou agradecido, emocionado, agradeço a todos de coração. Não posso dizer muito, pela condição em que estou - referiu-se ao fato de ser um dos maiores carrascos da Seleção Brasileira.
Para tentar selar a paz, o uruguaio tentou elogiar o Brasil.

- Gostaria de desejar felicidades a todos vocês neste ano novo. Viva o Brasil - exclamou para finalmente ouvir alguns poucos aplausos.