Artigo
2007, o ano que não terminou
Carlos Marcelo
Da equipe do Correio
Desmontado o grupo de 2007 com a debandada de suas principais estrelas, o Botafogo começou o ano como uma incógnita. Foram contratados 14 jogadores, nenhum de grande projeção. Menos de dois meses depois, o time chega a uma final, após bater o Fluminense, um dos dois favoritos para a conquista da Taça Guanabara, segundo a mídia especializada. E, desfalcado e com dois jogadores a menos, perde a partida para o outro favorito no último minuto. Não é pouco.
O Botafogo, porém, joga contra o patrimônio recém-adquirido pelo próprio Botafogo ao assumir o papel de vítima. Ainda com os infortúnios do ano passado atravessados na garganta, jogadores e diretoria ignoraram a retomada da condição de protagonista no Campeonato Carioca (três finais em três anos consecutivos) e cometeram no domingo o mesmo erro de 2007: a supervalorizaçã
Ora, o Flamengo ganhou a partida graças a um (belíssimo) gol que contou com a participação de dois jogadores que entraram no segundo tempo: Kleberson, pentacampeão mundial, e Diego Tardelli, campeão da Libertadores em 2005 pelo São Paulo. Já o Botafogo teve a chance mais clara de empate na cabeçada do centroavante Fábio, que bateu na trave. Azar? Não. Falta de precisão em um lance decisivo, mas que não se pode exigir de um atleta sem experiência em grandes clubes . Eis, portanto, o fato: as "peças de reposição" rubro-negras são muito superiores tecnicamente às alvinegras. E, domingo, quando acionadas, souberam fazer a diferença.
Voluntariosa e bem armada, a nova equipe alvinegra evoluiu em relação ao maior pesadelo alvinegro do ano passado: a defesa. A personalidade do goleiro uruguaio Castillo e a segurança do zagueiro Ferrero têm sido fundamentais para conferir maior solidez a um setor que, em 2007, parecia de vidro: era só encostar que quebrava. Além disso, Wellington Paulista tem se revelado um atacante eficiente, acima da média para quem chegou com a difícil missão de substituir Dodô.
Mas, passional ao extremo, a diretoria e os remanescentes de 2007 quiseram descontar, na final da Taça Guanabara, todas as frustrações acumuladas. Com o resultado negativo, exageraram nas queixas da arbitragem e caíram na armadilha da autocomiseraçã
Cabe à diretoria alvinegra, com Bebeto ou sem Bebeto, mais investimentos no elenco e menos lamúria nas entrevistas. E, a jogadores experientes como Lúcio Flávio e Túlio, maior controle emocional dentro de campo. Só assim o Botafogo poderá, enfim, dar por encerrado o ano de 2007.
O resto é infinitamente discutível. E, por isso, entrará para a história como choro de perdedor.
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agora do kfouri
25/02/2008 - 17h36
Complexo de perseguição é a raiz dos fracassos do Botafogo
"Se eu tivesse que escolher, eu teria escolhido o Botafogo para ser campeão porque eu acho que o Botafogo está precisando mais de um título. O Flamengo está aí bem, na Libertadores. Mas não deu e, infelizmente, o Botafogo ainda fez essa coisa patética, essa choradeira exagerada. Primeiro que o pênalti foi pênalti. Todo mundo viu. Ah, mas sempre tem esses lances. Sim, sempre. Quando você vê, apita. E aí não tinha como não ver porque o Fábio Luciano ficou com as costas de fora".
Mania de perseguição
"Se um escândalo de arbitragem justificasse a renúncia de um presidente, só para ficar com o Botafogo, o Samir Abdul-Hak tinha que ter renunciado à presidência do Santos quando ele perdeu a final do Brasileiro de 95 para o Botafogo; em 2006, o presidente do América devia ter renunciado na final da Taça Guanabara, quando se deu um pênalti absolutamente inexistente para o Botafogo; o presidente do Inter, em 2005, tinha que ter se suicidado depois daquele jogo contra o Corinthians no Pacaembu. Se o Bebeto ontem tivesse dito: cansei, cansei porque o futebol não é feito por gente séria, a CBF mete os pés pelas mãos, a federação do Rio é a bagunça que todos conhecem. Mas não, ele disse que aquele erro contra o América aconteceu porque só o Botafogo tinha apoiado o Eduardo Viana na época. Como o Montenegro disse em 95 que a sorte do Botafogo era que o Ricardo Teixeira gostava menos ainda do Samir Abdul-Hak e do Pelé do que gostava do Botafogo. Esse complexo de perseguição do Botafogo, até quando ganha, dá nisso, passa para o time. Com que cabeça esses rapazes vão entrar em campo para disputar o segundo turno? Eles já estão absolvidos de antemão porque tudo acontece com o Botafogo".
A culpa é do apito
"É um desvio de foco. É a escola que o Luxemburgo montou. Nunca é culpa minha. Com esse baita investimento feito no Palmeiras, está empatando com o lanterna, com o vice-lanterna, mas a culpa é sempre do árbitro, nunca é dele. Depois o Leão veio batendo na mesma tecla, o Muricy. Agora é o Antônio Carlos em todo jogo do Corinthians. O Corinthians foi prejudicado ontem? Brutalmente. Uma vitória que era para ser tranqüila pelas circunstâncias, foi dificílima. A anulação do gol do Acosta foi inexplicável, assim como a não marcação do pênalti sofrido pelo André Santos. Nos convençamos: não dá para competir com o olhar eletrônico, os nossos árbitros não são independentes, não são competentes, e vamos ter que conviver com isso".
A ética da reclamação
"Eu só vou passar a respeitar quem reclama de arbitragem quando o técnico ou o presidente do clube que tiver sido beneficado vier a público na coletiva depois do jogo e disser: 'peço desculpas à torcida e ao time adversário porque eles foram prejudicados pela arbitragem, eu não tenho nada a ver com isso, mas tenho que reconhecer que ele foi prejudicado e estou disposto a fazer um novo jogo para tirar a limpo esta questão porque não acho correto que reclame quando sou prejudicado e me cale quando sou beneficiado'. Eu não vi o Botafogo fazer isso quando foi beneficiado. Eu não vi o Corinthians fazer isso quando foi beneficiado, aliás, na época do episódio do Castrilli, os corintianos ficaram bravos comigo porque eu pedi que o então presidente Alberto Dualib fizesse isso. É claro que foi uma ingenuidade minha, mas essa coisa de reclamar quando é prejudicado e não falar nada quando é beneficiado parece coisa de quem quer levar vantagem em tudo".
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Chega de choradeira
Sem ver o jogo, eu já tava achando que o Botafogo tinha sido roubado. Mas aí assisti ao lance do pênalti e não tive dúvida: foi pênalti. Em relação às expulsões não posso falar nada, não vi. Mas concordo com os artigos do Carlos Marcelo e do Juca Kfouri, reproduzidos abaixo: os botafoguenses têm que parar de chorar. Tudo bem que eles sejam mais prejudicados do que beneficiados quando jogam com os outros três grandes do Rio, mas já ganharam títulos roubados também e, de 2007 para cá, não ganharam nada por causa da própria incompetência, e não por causa da arbitragem.
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Um comentário:
" E, desfalcado e com dois jogadores a menos, perde a partida para o outro favorito no último minuto. "
Dois a jogadores a menos do que quem? O flamengo teve um expulso, logo, o botafogo tinha UM a menos.
Dois a menos que o regulamentar ou dois a menos do que começou o jogo, óquei. Agora só lançar 2 a menos é, como diria Neusinha Brizola: mintchura, mintchura.
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