Daqui a pouco menos de uma hora, Renato Gaúcho (re)estreia no comando do vice-lanterna Fluminense. Pra "facilitar" sua missão, ele encara logo o Atlético-MG, líder do Brasileiro, com promessa de quase 50 mil pessoas no Mineirão. Como deixei de acreditar em Papai Noel há muitos anos, qualquer resultado que não seja uma goleada dos anfitriões significará "vitória" tricolor. Se sofrermos menos que quatro gols, podemos afirmar que já existe um "dedo do técnico". Afinal, perdemos duas vezes por 4 x 1 (pra Santos e Goiás) e por 4 x 2 (pra Corinthians e Internacional) neste campeonato.
Pra tentar sacudir a poeira, nosso bravo treinador decidiu mexer logo na escalação. Como analisar depois do jogo é fácil, vamos aos palpites pré-catástrofe sobre o que mudou ou permaneceu igual:
1.
FH volta a ser titular - Sinceramente, pouco importa. Berna (o Ricardo, não o nosso gigante Comendador) também vinha falhando e demonstrando insegurança. Pesou aí o dedo da patrocinadora, que gosta do antigo camisa 1. Talvez fosse mais justo dar uma chance ao Rafael, que o Fluminense tirou do Vasco a peso de ouro e sequer teve chance no time até agora. Mas diante do momento de caos, melhor apostar em alguém mais experiente mesmo.
2.
Esquema tático 3-5-2 - Tenho medo destas mudanças bruscas sem tempo para treinar e assimilar direito. Como nenhum dos três zagueiros é bom (EdCarlos é horrível, Cássio não mostrou nada ainda e o pesado Luiz Alberto está sofrendo neste time sem o mestre Thiago Silva), não sei se foi pertinente. Talvez valha mais pra liberar os laterais ao ataque - e quem sabe pintar alguma coisa mais criativa pelos lados do campo.
3.
Ruy como ala - A coisa está tão ruim nas Laranjeiras que o "Cabeção" virou solução. Em três jogos (dois atuando como meia), ele meteu dois gols e se tornou esperança de dias melhores. Agora escalado como ala, pode descongestionar o jogo do meio e servir como opção ofensiva pela direita, coisa que nem Mariano, nem Wellington Monteiro, nem Diogo conseguiram em meia temporada.
4.
Wellington Monteiro e Diguinho mantidos como volantes - O primeiro é péssimo, fez um gol contra bizarro que deu a vitória ao Santo André (e derrubou o Parreira), mas não é pior que Fabinho, seu reserva imediato. Como Fábio Santos só poderá estrear em agosto - por conta da janela internacional e porque se machucou treinando no imprestável campo das Laranjeiras -, temos que "engolir" o WM mais um tempo. O Diguinho é uma incógnita. Na teoria, é combativo, sabe sair jogando e chuta bem em gol. Mas as noitadas, a tuberculose (causa e consequência?) e o tempo inativo abalaram o "volante surfistinha". Nosso companheiro CM pode falar melhor dele e do seu passado alvinegro. No Flu, "nádegas" até agora...
5.
Leandro Amaral barrado - Parece praga do Dr. Eurico, mas o futebol do LA sumiu completamente. Começou o ano muito mal, batendo cabeça no ataque com o Roger (sim, ele mesmo, hoje um dos artilheiros do campeonato jogando pelo Vitória). Na virada da Taça GB pra Taça Rio se machucou sério, passou por cirurgia
e ficou três meses fora. Voltou aos poucos como reserva e parecia que ia vingar - foi dele o belo lançamento que deu origem ao gol sobre o Botafogo, feito pelo Fred. Aliás, a última vitória do Fluminense... e lá se vão 46 dias! Renato mandou o cara treinar a parte pra "recuperar a forma". A aposta de hoje é o Tartá. Quero que este garoto queime minha língua, mas o acho um grande "peladeiro". Corre, corre, mas produz pouco. Melhor seria o Alan, mas ele está na Seleção Sub-20.
6.
Fred, o irritadinho - Concordo que nosso atacante está rendendo pouco para o tanto que ganha. E que se tornou um novo Edmundo dentro de campo, no mau sentido do termo: nervosinho, reclamando de tudo e de todos, expulso duas vezes só neste campeonato. Mas acho também que o baixo desempenho se deve à total falta de objetividade do time, sem opções de jogadas, nem criatividade. Muitas vezes ele atuou sozinho no ataque. E aí, meu amigo, nem se fosse o Ronaldo (que joga num time "certinho" como o Corinthians) ou o Adriano (que está numa equipe pelo menos mais entrosada)... Ainda acredito no Fred, desde que ele bote a cabeça no lugar. Bem ou mal, fez quatro gols em oito partidas que atuou.
O capítulo 1 da saga de Renato Gaúcho pode ter uma segunda parte logo mais... Tudo depende de como estiver meu espírito masoquista.
"Aquele Botafogo de 1957, que conquistou o primeiro título no gramado do Maracanã, aplicou também a maior goleada já registrada numa final de campeonato carioca: 6 x 2 no fluminense. A torcida tricolor, arrasada e silenciosa, assistia ao carnaval dos botafoguenses no campo e nas arquibancadas.
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